Parto Normal em 2014 e Cesárea 2017

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Parto Normal em 2014 e Cesárea 2017
 
Para relatar o nascimento da Olívia, preciso contar sobre o nascimento da minha primeira filha Helena de 3 anos e meio, também acompanhada pela equipe Parto sem Medo

Dr Alberto Guimarães acompanhou o parto de três dos meus sobrinhos. Foi assim que cheguei até ele e sua equipe.

No momento em que descobri que estava grávida resolvi buscar as melhores opções.

Sempre pensei no parto normal e nunca desejei passar por uma cesárea sem necessidade. Essa cirurgia, para mim, é um procedimento que deve ser usado em casos de necessidade. 

Na verdade eu não fazia idéia do que seria o parto normal. As pessoas falavam da dor mas eu não me intimidava por ela: me preparei para esse momento durante a gestação. O parto normal já estava desejado, vivo dentro mim e do meu marido , que me apoiou em todos os momentos e escolhas.
 
Tudo foi  muito tranquilo e enfim chegamos a 41 semanas e 5 dias de gestação. Fiz sessões de acupuntura para entrar em trabalho de parto. Helena, no entandto, estava bem sossegada na barriga da mamãe e por volta das 23hrs a bolsa rompeu. Esperei meu marido sair do banho para contar a novidade e mandei mensagem para a Thaís (doula) e Juliana (obstetriz) que me orientaram e me deram todo suporte. 

Estava muito cansada e como o rompimento era parcial ou alto tomei banho e fui descansar. No dia seguinte as contrações começaram por volta das 8hrs. Intensifiquei as caminhadas, separei tudo para a maternidades e de fato as contrações deram sinal de que o TP evoluía. Em seguida a Thaís chegou em casa. 
 
Preparou chá, colocou bolsa morna na minha lombar, fez acupuntura, me ajudou nas posições, me dava homeopatia e com sua sútil e carinhosa presença me auxiliava.Por volta das 16hrs fomos para a maternidade: eu, meu marido e a Thaís. 

No carro as dores eram intensas e não encontrava posição para ficar. Uma mistura de sentimentos foi tomando conta de mim. Na maternidade me despedi da Thaís e a Juliana entrou em cena (na época a ProMatre não permitia a entrada de Doulas na sala de parto). 
Juliana atuou me examinando, acompanhando o cardiotoco, massageando meu períneo durante algumas contrações para tentar facilitar a passagem. O esforço era grande e nunca pensei que pudesse ser assim. Fui para a banheira, banqueta, tentei ficar de cócoras e nesse momento o Dr Alberto já estava conosco, sempre tentando extrair o melhor de mim, me encorajando com muito respeito e transmitindo muita segurança. 

Já estava ficando cansada quando a Juliana me disse: -coloca a mão. Ela é muito cabeluda rs. Em seguida o Dr Alberto disse que não podíamos mais esperar  e que era a hora de nascer!! 

Surgiu em mim uma força que nunca tinha visto antes: meu marido apoiando minha perna, Juliana apoiando a outra para facilitar meu posicionamento e a cada contração eu sentia a Helena descer e enfim ouço aquele chorinho gostoso. 

Eu não escutei mais nada, somente aquele chorinho: o tempo parou! Foram pouco mais de 24 horas mas aqueles últimos 2 minutos são para ficar gravado no coração para o resto de minha vida. 

Nesses minutos experimentei todos os sentimento possíveis, Felicidade, alegria, ansiedade, dor, medo, coragem, SUPERAÇÃO, amor, esperança, insegurança, carinho, poder, entre tantos outros. Sem dúvidas a melhor experiência que uma mulher pode ter.
 
Partindo dessa experiência maravilhosa ,programamos a gravidez da Olívia com todo carinho. Era esse sentimento que eu queria reviver. Eu estava com saudade e muita vontade de passar por aquele momento novamente.  

E mais uma vez procuramos a equipe Parto sem Medo, que esteve comigo em toda a gestação e dessa vez eu me sentia melhor, mais preparada e já conhecia o meu corpo. 

Mas o que faltava eu aprender é que cada bebê é que decide a melhor forma para nascer não importa o eu fizesse, Olívia me mostrou desde então que era diferente. 

Com um pouco mais de 30 semanas de gestação, Olívia se apresentou pélvica e lá fui eu novamente fazer acupuntura, exercícios, meditações, posições estáticas. Apelei para minhas orações e nada dela virar. Olívia estava me mostrando que era assim que queria nascer, assim ela escolheu para vir ao mundo e me pegou desprevenida, pois a certeza de um segundo parto normal não existia mais porque eu não arriscaria um parto normal pélvico. 

Mais uma vez conto com a equipe, que nos tranquilizou e me ajudou a idealizar um novo parto. Sonfesso que fiquei chateada com a mudança de rumo mas a decisão não estava mais em minhas mãos. 

As pessoas ao meu redor me perguntavam: mas você não vai marcar a cesárea? É arriscado entrar em trabalho de parto se o bebê está pélvico!! 

E tudo que eu e meu marido não queríamos era escolher o dia dela nascer, como nós saberíamos se ela estava pronta? 

Com 40 semanas e 2 dias, no dia em que eu me encontrava diferente, serena, dia em que me encontrei comigo mesma, Olívia decidiu nascer. Penso que esse encontro tenha transmitido a ela a segurança que ela precisava para nascer. 

Me deitei para fazer a Helena dormir, conversamos , contei historinhas para ela e quando pegou no sono naquele silêncio eu sinto a bolsa estourar. 

Imediatamente me veio uma felicidade tão grande que agradeci a Deus por vivenciar mais um milagre da vida e disse à minha filha, Seja bem vinda Olívia. 

Para minha surpresa vi que tinha mecônio no líquido. Falei com Thaís e Juliana  que me orientaram não demorar para ir para a maternidade e o maridão na academia sem celular rs. 

Começa aquela correria: liguei para quem pudesse avisar o marido, ligo para cunhada buscar a mais velha, ligo para pediatra, coloco as últimas coisas na mala, marido chega afoito que não sabia o que fazia primeiro todo preocupado. Tomo banho, cunhada chega  colocamos tudo no carro e fomos para maternidade. 

Durante o caminho as contrações começam e se iniciam as dores e minha alegria também em viver toda essa emoção novamente. Thaís e Juliana já estavam a minha espera na maternidade e não podíamos esperar a evolução do parto. Somos seguindo os procedimentos para a cesárea. Thaís mais uma vez cuidando de mim, acupuntura , arnica e carinho, Juliana conversando com médicos , enfermeiras e pediatra e me orientando sobre o parto e a chegada de um bebê pélvico.

Dr Alberto já estava no centro cirúrgico e tudo correndo bem . Ele me informando de cada passo durante o processo da cesárea: chegou a hora estão preparados?! 

A luz já estava baixa a preocupação com o silêncio foi tomando conta da sala. Fábio estava do meu lado e se levantou para não perder o momento da saída dela e eu ansiosa para ouvir seu chorinho. 

Olívia nasce e passam ela por debaixo do pano e ela vem para os meus braços: linda em contato pele a pele com a mamãe onde pode mamar na sua primeira hora de vida. Ficamos ali conversando e nos conhecendo.

Thaís com sua positividade me tirava daquele centro cirúrgico e me centrava no encontro com a Olívia. Juliana nos ajudava na primeira mamada e Dr Alberto esperou o momento ideal para cortar o cordão umbilical. 

Cada passo aconteceu com muito respeito, sem pressa, e desde então estamos juntos, família completa , cheia de amor , crescendo todos juntos. 
 
Posso dizer que tive uma cesárea respeitosa e que minha filha nasceu no tempo dela e com muito respeito envolvido. Escolhi a melhor equipe para nos acompanhar: pessoas que amam o que fazem e que esse amor e essas escolhas fizeram dos meus dois partos inesquecíveis. 
 
Hoje, depois de ter vivido as duas experiências distintas -  parto normal e cesárea - me pergunto: Quem foi que disse que a cesárea é melhor e mais prática que o parto normal? 
Para quem fala da dor do parto normal, quem te contou que a dor do parto normal é maior que a chatice do pós operatório da cesárea ? 
 
Depois do meu parto normal eu me sentia ótima: levantei, tomei banho, sentava, deitava, não inchei, não precisei de analgésicos. Acordar para amamentar durante a madrugada era tranquilo. Eu só me sentia cansada e cansaço a gente resolve descansando, nada mais.  
 
E depois da cesárea ? Fiquei dias com incômodo para urinar, ainda não sinto minha barriga do umbigo até a virilha, parte do cóccix também não. Meus pontos demoraram  para secar, fora a preocupação em cuidar dos pontos, ficar com soro e analgésicos, impossível levantar e sentar com agilidade e sem dor. Em casa, acordar por várias vezes durante a madrugada para amamentar então... e a cicatriz? 

Me pergunto por que a mulher que pode optar pelo melhor para ela e para seu filho opta em passar pela cesárea?
 
Por que as pessoas insistem em induzir que um procedimento cirúrgico sem necessidade é melho? Essas pessoas estão te tirando o direito de escolha  e o melhor e único  momento da sua vida que é parir!
 
www.partosemmedo.com.br
Juliana dos Santos 
Mãe da Helena (2014)- Parto Normal 
Mãe da Olívia (2017)- Cesárea.



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